quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

PACIENTES VIVEM INFERNO NA GREVE DOS MÉDICOS

Pacientes vivem inferno na greve dos médicos
Enfermos foram barrados ontem no Walfredo, que parou por duas horas. Hoje o João Machado ficará sem serviços
Sílvia Miranda Especial para o Diário de Natal

Durante a manhã de ontem cerca de 100 médicos cruzavam os braços em frente ao Walfredo Gurgel, que fechou suas portas aos pacientes entre as 10h30 e 12h30. Logo no início houve a chegada de uma ambulância e o presidente do Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed), Geraldo Ferreira, alertou para que os pacientes fossem encaminhados para outros hospitais. Mesmo assim outras 10 ambulâncias apareceram durante esse período, mas apenas dois foram atendidos de imediato, o restante teve que aguardar ou ser encaminhados para o Hospital Santa Catarina. Um deles foi João Gualberto da Silva, 76 anos, que foi desembarcado e abandonado no hospital junto à filha Celma Rodrigues, 38 anos.


Sentindo dores por causa de um problema de vesícula biliar, João Gualberto da Silva, 76 anos, foi desembarcado no hospital, mas não recebeu cuidados Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press
"Ele precisa ser avaliado por um cirurgião porque desde ontem (terça-feira) sente muita dor por causa de um problema na vesícula biliar. Viemos do Hospital das Rocas até aqui para que ele fizesse essa avaliação porque precisa de cirurgia com urgência e fomos orientados a esperar duas horas paraser atendidos, até o final da movimentação", conta a filha de Gualberto que ficou encarregada de segurar a bolsa de soro do pai. O aposentado deu entrada no hospital por volta das 10h45 e ainda reclamava dos enjôos. Celma conta que, além de idosos, o pai é diabético e não pode aguardar todo esse tempo para ser atendido. "É ruim a gente ter que esperar todo esse tempo porque cada minuto que passa ele vai ficando mais debilitado. Além disso, não temos como transportá-lo de volta ao hospital porque não temos transporte e a ambulância já foi embora. A gente pede atenção dos gestores para que esses problemas na saúde sejam logo resolvidos pois não se pode por em risco a vida das pessoas".
Fonte: Diário de Natal

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