SANTANA DO MATOS, MINHA VIDA, MEU TORRÃO. : A fé dos meus irmãos nordestinos

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A fé dos meus irmãos nordestinos

Por José Leite de Sousa

O que faz um cidadão do interior do estado das Alagoas deixar para trás sua família, seu trabalho, seu lazer e percorrer quase 600 km, a pé. Enfrentando o frio, o calor, a fome, a sede, o cansaço e a falta de segurança?

Ele caminha decidido pela estrada e sabe que ao findar vai está de pé. Caminha numa viagem de 100 dias, para chegar ao seu destino e, ainda, arrastando uma Cruz pesada nas costas.

O sertanejo sabe mais que ninguem quão verdadeiros são os versos do poeta cantador: “Se eu quiser falar com Deus tenho que me aventurar. Tenho que subir aos céus sem cordas pra segurar. Tenho que dizer adeus. Dar as costas, caminhar...”

Mas o que leva os meus irmãos nordestinos a enfrentar tantos desafios?

Você quer saber a resposta meu amigo? “A Fé”.

A fé é retratada no rosto suado, cansado e sereno do nordestino que acredita que ao fim da estrada pode expressar a gratidão pela graça recebida.

Lembra do ditado que diz: “A Fé remove montanhas”?

Pois é!

Hoje eu conto uma história verdadeira de fé que aconteceu com o senhor José Antonio do Espírito Santo. Ele se apegou a Deus e se curou de uma “doença ruim”. Fez uma promessa e, na época, cumpriu. Saiu de Arapiraca, no interior das Alagoas e, por mais de 600 quilômetros arrastou a sua Cruz até a igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, onde se encontram sepultados os restos mortais do Padre Cícero Romão Batista, em Juazeiro do Norte, no Ceará.

Depois de ouvir a história de Zé Antônio, verifiquei se o filme da minha “KODAK” estava no ponto. Fotografei e segui a minha estrada, no meu Fusca, certo de que tinha aprendido com ele uma grande e bela lição.