terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Paulo de Tarso: decisão de Rosalba é um desatino político

Robson Pires

O jurista Paulo de Tarso Fernandes era chamado de super-secretário, quando comandou o Gabinete Civil do Governo Rosa(do). Pessoa da mais irrestrita confiança da governadora Rosalba Ciarlini e dos primeiro-cavalheiro-ravengar Carlos Augusto Rosado.

Era para ser o cérebro do governo.

Era, mas divergências e decisões à revelia resultaram no seu pedido de demissão, o que gerou polêmica, declarações ácidas e especulações.

Diante do controverso decreto do governo, que está sendo chamado de AI-5 Rosado, que proíbe manifestações na área externa do Centro Administrativo e o acesso de não-funcionários a partir das 18h, a coluna do blog tocou o telefone para Paulo de Tarso. Falou com exclusividade.

Ele aceitou falar sobre a decisão e foi de pronto enfático: - “É um desatino político”.

Desatino, segundo o dicionário Caldas Aulete: Falta de tino, de equilíbrio, de juízo.

PTF disse que antes de se discutir aspectos constitucionais, jurídicos, “o autoritarismo levará o governo ao descrédito”.

Ou seja: como o direito de livre manifestação para fins pacíficos não pode ser impedido, haverá ‘desobediência’ ao decreto e, assim, o governo será desmoralizado politicamente.

Lembrou que quando era questionado sobre “certas medidas”, alertava que aquela é uma área pública, onde qualquer pessoa pode transitar. Revelou que a governadora Rosalba nunca reclamou do “barulho” das manifestações. Foram vários protestos desde o início do governo, até com acampamentos.

Aconselhou: – “A única postura que o governo deve tomar agora é revogar o decreto”.

Paulo de Tarso levantou cenários improváveis: – “Imaginem se vão impedir manifestações em frente ao Congresso Nacional, em frente á Praça 7 de Setembro (onde ficam a Assembléia Legislativa do RN, o Palácio da Cultura (antiga sede do governo), o Tribunal de Justiça)? Não há como fazer. São espaços públicos, e o Centro Administrativo é uma praça pública”.

Sobrevoando a Secretaria de Segurança Pública, a Vespinha-Astuciosa captou que o sistema não foi ouvido sobre o polêmico decreto. Até o secretário Aldair Rocha foi pego de surpresa.

De um experiente, ouviu: – “Será que os órgãos de segurança não têm sequer condições de dar um parecer acerca do assunto?”.

Deu em Eliana Lima

Nenhum comentário: