A alimentação corresponde a um dos gastos mais elevados de uma família. Por isso, muitas deixam de lado alimentos supérfluos e partem para os grupos essenciais. Entre eles, o arroz com feijão. Mas na mesa do trabalhador está cada vez mais difícil fazer essa mistura brasileira. A expressão "colocar mais água no feijão" nunca foi tão necessária. É que com o preço alto do grão nas prateleiras do supermercado, o prato tão tradicional está perdendo o sabor.
O quilo do feijão varia nos estabelecimentos, mas em alguns chega a custar mais de R$ 6,00. Para a dona de casa Luzia Santana, mesmo caro, é "impossível" não colocar o item no carrinho. "Se o pobre não comer feijão, ele vai comer o quê? É uma comida forte, todo mundo gosta e tem que ter no almoço. Já imaginou um almoço sem feijão? Na minha casa isso não existe. Eu faço economia em outras coisas, mas levo o feijão", diz.
As variedades do grão também ajudam na hora de economizar. O do tipo carioquinha, o mais comum, chega à marca dos R$ 4,29, já o preto varia, custando entre R$ 3,99 e R$ 4,69 o quilo. Mas o feijão de corda também chega à impressionante marca de R$ 5,99, assim como o macassar. "Hoje em dia, feijão não é mais comida de pobre. Virou comida de rico. Antigamente, a gente comprava feijão por R$ 2 e pouco. Eu fico olhando os panfletos dos supermercados para aproveitar quando tem promoção", diz a funcionária pública Ana Maria.
O economista Leonildo Tchapas explica que a escassez de chuvas este ano foi o principal vilão da alta do preço dos alimentos. Sem chuva, a produção foi menor do que a demanda dos consumidores, fazendo o preço do produto alavancar. "Quem espera por chuva sofreu, porque não foi só no Nordeste, mas outros estados que também produzem estão passando por uma seca. Até quem irriga está tendo dificuldades com a falta de água", explica.
Além disso, os especialistas em economia acreditam que o desenvolvimento acelerado do país no primeiro semestre deste ano proporcionou um aumento no consumo que não foi acompanhado pelo setor produtivo. A má notícia é que os preços devem continuar subindo, pelo menos até que o período chuvoso contemple a lavoura e a produção de alimentos volte a crescer no país.
Para o nutricionista Ivanaldo Júnior, o consumidor pode utilizar outras opções facilmente encontradas nos supermercados para substituir o feijão. "A lentilha e grão-de-bico podem substituir, pois têm nutrientes e preparo bem parecidos, e são do mesmo grupo alimentar. Porém, algumas vezes eles não estão com o preço tão baixo e a troca pode não compensar", explica.
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